Documentos e regulamentos

Código de Ética

Aprovado em Sessão Plenária Ordinária
Atlanta, GA, EUA - 18 de setembro de 2006

Considerando que:

A prática profissional da engenharia deve ser entendida como exclusiva por engenheiros com títulos universitários qualificados nas diversas especialidades, de acordo com a legislação vigente em cada país. A prestação de serviços profissionais envolve a segurança e o bem-estar da comunidade e são serviços públicos na natureza de serviços públicos. Com isso, é necessário tornar obrigatório, em cada país, o controle de engenheiros qualificados para exercer a profissão. A integração e a governança das organizações existentes para esse fim devem ser realizadas pelos próprios engenheiros, que devem cumprir o Código de Ética Profissional.

  • Coloque toda sua capacidade e dedicação para obter resultados técnicos superiores em benefício de seus clientes, da sociedade e do meio ambiente, otimizando o uso de recursos e com a menor geração de resíduos ou qualquer tipo de poluente.
  • Dê a máxima importância à segurança, saúde e bem-estar do público e à proteção do meio ambiente natural de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável.
  • Conduza-se de maneira honrosa, responsável, ética e legal que aumente a honra, a reputação e a utilidade da profissão.
  • Ofereça serviços, relate ou realize trabalhos de engenharia somente em áreas de sua competência e exerça sua profissão de maneira cuidadosa e diligente.
  • Conduza-se de maneira honrosa, responsável, ética e legal que aumente a honra, a reputação e a utilidade da profissão.
  • Atue como agentes leais de seus clientes e empregadores, respeite a confidencialidade e informe-os imediatamente sobre qualquer conflito de interesses que possa prejudicá-los.
  • Mantenha-se informado para manter sua competência, esforce-se para aprimorar o conhecimento útil à sua profissão e oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional para seus subordinados e colegas.
  • Tenha um comportamento justo e bem-intencionado com clientes, empregadores, colegas e outros associados, reconheça o mérito quando necessário e faça e aceite críticas profissionais justas e honestas.
  • Esteja ciente das consequências de sua escolha de tecnologias de trabalho, bem como de suas atividades e projetos, na sociedade e no ambiente biofísico e socioeconômico. Torne seus clientes e empregadores igualmente conscientes e se esforce para apresentar problemas técnicos de forma objetiva e verdadeira ao público.
  • Promover a saúde e a segurança no local de trabalho e da equipe sob seus cuidados.
  • Explique claramente a seus clientes e empregadores as possíveis consequências de qualquer rejeição ou não conformidade com decisões ou opiniões técnicas e expresse suas recomendações diante de qualquer conflito de interesses que possa afetar a ética profissional ou a integridade do serviço contratado e que vão além dos aspectos estritamente formais e legais.
  • Comunique às suas associações ou organizações competentes ou a todas elas, se apropriado, qualquer decisão ou prática de engenharia ilegal ou antiética, por engenheiros ou outros.
  • Contribuir com sua prática profissional e ações pessoais para a consciência social e a solidariedade de indivíduos e nações e para a erradicação da pobreza, discriminação e segregação.
  • Cumpra todas as condições estipuladas na Política Anticorrupção da Academia, anexa, que faz parte deste Código de Ética.

Interpretação do Código de Ética

Princípios gerais

O Código de Ética constitui um conjunto de princípios fundamentais que formam a base e a estrutura para uma prática profissional responsável. Os engenheiros devem interpretar o espírito desses princípios em todo o processo de tomada de decisão, de uma forma dinâmica que responda às demandas da situação e não a assuma como um conjunto de meras regras de conduta a serem observadas passivamente.

O Código de Ética expressa as expectativas da sociedade e dos engenheiros na discriminação de suas responsabilidades profissionais. É baseado em princípios gerais de sinceridade, honestidade e honestidade, respeito pela vida e pelo bem-estar, justiça, abertura, competência e responsabilidade. Embora alguns desses grandes princípios não estejam definidos com precisão no próprio Código, eles são, obviamente, aplicáveis à prática profissional da engenharia. Portanto, certos princípios éticos mais gerais, que geralmente não são incluídos nos códigos de ética profissional, devem ser implicitamente aceitos ao julgar o desempenho profissional do engenheiro.

Alguns dos aspectos mais difíceis e inter-relacionados do Código, especialmente aqueles relacionados à prática profissional, são desenvolvidos e discutidos abaixo. Não se pretende estender o comentário a todas as cláusulas do Código, nem estudá-las uma a uma. O objetivo é ampliar a interpretação em vez de reduzir seu foco. A ética profissional da engenharia é um conjunto integrado, que não pode ser reduzido a regras fixas. Portanto, as questões e questões que surgem do Código são discutidas em uma estrutura geral, enquanto o escopo do Código destaca a inter-relação das partes e a intenção geral do documento.

Protegendo o público e o meio ambiente

Os engenheiros devem atribuir a maior importância à segurança, saúde e bem-estar das pessoas e à proteção do meio ambiente. Essa obrigação, que inclui seu próprio ambiente de trabalho, normalmente depende de julgamentos de engenharia, avaliações de risco, decisões e práticas incorporadas em estruturas, máquinas, processos, produtos e dispositivos. Por esse motivo, é estabelecida a obrigação de verificar se seu trabalho está em conformidade com as práticas usuais, padrões técnicos aceitos e códigos aplicáveis e se esse trabalho é considerado seguro pelas decisões de seus pares. Essa responsabilidade se estende a todas as situações enfrentadas por um engenheiro e inclui a obrigação de informar a autoridade apropriada se houver motivos para acreditar que qualquer atividade de engenharia ou seus produtos, processos etc. não atendeu às condições acima mencionadas.

O significado final desse princípio básico implica que todos os outros requisitos do código seriam subordinados, assumindo que a proteção da segurança das pessoas, do meio ambiente e de outros interesses públicos essenciais estejam envolvidos.

Desenvolvimento sustentável e meio ambiente

Os engenheiros devem se esforçar para melhorar a qualidade do ambiente biofísico e socioeconômico, tanto dos espaços urbanos quanto dos naturais, para promover os princípios do desenvolvimento sustentável. Eles devem analisar, em particular, as consequências de suas propostas e ações, diretas ou indiretas, imediatas ou de longo prazo, sobre a saúde humana, a equidade social e o sistema de valores local. É responsabilidade dos engenheiros estudar cuidadosamente o ambiente que será afetado, avaliar os impactos ou danos que podem ocorrer na estrutura, dinâmica e estética dos ecossistemas envolvidos, sejam eles urbanizados ou naturais, incluindo o ambiente socioeconômico, e selecionar a melhor alternativa para contribuir para o desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável. Você também deve promover uma compreensão clara das ações necessárias para restaurar, se possível melhorar, o ambiente que pode ser perturbado e incluí-las em suas propostas. O engenheiro deve rejeitar qualquer tipo de tarefa que envolva danos injustos ao meio ambiente humano e à natureza, sempre tendo em mente que os princípios de interdependência, diversidade, manutenção, recuperação de recursos e harmonia internacional dos ecossistemas formam a base da continuidade de nossa existência e que cada uma dessas bases tem um limite de sustentabilidade que não deve ser transgredido.

Agentes leais de clientes e empregadores Os engenheiros devem atuar como agentes leais ou representantes de seus clientes e empregadores, com objetividade, honestidade e justiça para todas as partes envolvidas. Com relação às informações confidenciais, aplica-se o conceito de propriedade das informações e proteção dos direitos das partes. Os engenheiros não devem divulgar fatos, dados ou informações obtidos em sua prática profissional, sem o consentimento prévio do proprietário. A única exceção ao fato de respeitar a confidencialidade e manter uma posição de confiança ocorre nos casos em que o interesse público ou o meio ambiente estão em risco. Mas mesmo nessas circunstâncias, o engenheiro deve fazer todos os esforços para redirecionar adequadamente a situação por parte do cliente ou empregador e, exceto por razões convincentes em contrário, deve fazer todas as tentativas razoáveis para contatá-los e explicar claramente os riscos potenciais antes de informar a autoridade competente.

Engenheiros profissionais devem evitar situações de conflito de interesses com seus empregadores ou clientes, mas se elas ocorrerem, é responsabilidade do engenheiro divulgar totalmente sua natureza à parte ou partes envolvidas, sem demora.

Em circunstâncias em que a divulgação completa é insuficiente, ou parece ser, insuficiente para a proteção dos interesses de todas as partes, bem como do público, o engenheiro deve se retirar completamente do respectivo assunto ou usar meios extraordinários, envolvendo partes independentes, se necessário, para controlar a situação. Por exemplo, não é apropriado atuar simultaneamente como agente do mutuário e destinatário do serviço profissional. Se os interesses do cliente e do empregador forem atendidos, você deverá tratar ambas as partes igualmente. Caso surja um conflito de interesses entre o propósito do empregador e um padrão regulatório, você deve tentar conciliar essa divergência. Se isso não for possível, ele pode ser obrigado a informar os órgãos competentes.

Ser um agente leal envolve a obrigação de incorporar ou sugerir a incorporação de especialistas ou especialistas, desde que esses serviços sejam considerados do interesse do cliente ou do empregador. Isso também envolve ser preciso, objetivo e honesto quando é necessário fazer declarações públicas em nome do cliente ou do empregador, sempre respeitando os direitos de confidencialidade e propriedade das informações do cliente e do empregador. Ser um agente fiel não exige o uso de informações privilegiadas ou privadas específicas, das práticas comerciais ou das informações dos processos de empregadores ou clientes anteriores sem seu conhecimento e autorização. No entanto, o conhecimento técnico geral, a experiência e a habilidade adquiridos pelo engenheiro durante sua participação em trabalhos anteriores podem ser usados livremente sem o consentimento ou autorização de clientes anteriores.

Competências e conhecimentos

Engenheiros profissionais só devem oferecer seus serviços e conselhos ou realizar atividades de engenharia exclusivamente nas áreas de sua competência, treinamento e experiência. Isso requer atenção e comunicação precisas sobre a aceitação ou interpretação das tarefas e sobre a definição dos resultados esperados. Isso também implica a responsabilidade de obter os serviços de um especialista, se necessário, em um campo insuficientemente conhecido, informando totalmente todas as partes envolvidas sobre as circunstâncias e, quando apropriado, sobre a natureza experimental da atividade. Assim, esse requisito implica mais do que uma simples obrigação de garantir um determinado nível de cuidado, envolve um comportamento honesto e honesto em relação ao cliente ou empregador e em relação ao próprio engenheiro envolvido.

Os engenheiros profissionais têm a responsabilidade de acompanhar os desenvolvimentos e conhecimentos em suas áreas de especialização, ou seja, devem garantir sua própria competência. No caso de uma mudança, seja por motivos técnicos ou pessoais, em sua área de atividade, é dever dos engenheiros obter e manter a competência em todas as circunstâncias técnicas e normas regulatórias que afetem seu novo trabalho. Na verdade, isso requer um compromisso pessoal com o desenvolvimento profissional, com o treinamento contínuo e com a autoavaliação.

Além de garantir sua própria competência, os engenheiros profissionais têm a obrigação de contribuir para o desenvolvimento do campo de conhecimento no campo em que atuam, bem como na profissão em geral. Além disso, no âmbito do exercício de sua profissão, eles devem oferecer aos colegas oportunidades de desenvolvimento profissional.

Esse requisito de competência do Código se estende à obrigação do público, da profissão e dos colegas de expressarem questões técnicas de forma honesta e somente em áreas de sua competência. Isso se aplica igualmente a relatórios e conselhos sobre questões profissionais, bem como a declarações públicas, que exigem honestidade consigo mesmo para apresentar questões de forma imparcial e precisa, com as devidas reservas e precauções, evitando preconceitos pessoais, políticos ou outros. Esse último requisito é particularmente importante em declarações públicas ou ao participar de um fórum técnico.

Imparcialidade e integridade no local de trabalho

Honestidade, integridade, competência constantemente atualizada, devoção ao trabalho e desejo de melhorar a qualidade de vida da sociedade são os pilares da responsabilidade profissional. Dentro dessa estrutura, os engenheiros devem ser objetivos e sinceros e incluir todas as informações conhecidas e relevantes em seus relatórios, declarações e testemunhos profissionais. Eles devem representar fiel e objetivamente seus clientes, empregadores, associados e a si mesmos de acordo com seu treinamento, experiência e habilidades. Esse princípio é mais do que uma simples proibição de confundir fatos: envolve também a divulgação de todas as informações importantes e assuntos relevantes, especialmente quando atua como consultor ou perito. Da mesma forma, espera-se imparcialidade, honestidade e precisão na divulgação dos fatos.

Quando um engenheiro é encarregado de verificar o trabalho de outro colega, há a obrigação de informar esse engenheiro ou fazer todos os esforços para fazê-lo, esteja ele ativo ou não. Nessa situação e sob qualquer circunstância, os engenheiros devem conceder o devido reconhecimento, desde que seja merecido e aceito, mas também devem exercer uma crítica honesta e limpa sobre questões profissionais, mantendo a dignidade e o respeito de todos os envolvidos.

Os engenheiros devem informar claramente os clientes sobre seus honorários, respeitando as tarifas das organizações que regulam o exercício da profissão. Eles não devem competir injustamente com outro engenheiro. Suas taxas não diminuirão depois que você souber das cotações enviadas por outra pessoa ou das ofertas feitas a outro engenheiro. Eles não devem se associar, por nenhum motivo, a engenheiros que não cumpram as regras do Código de Ética.

Os engenheiros não devem aceitar nem oferecer pagamentos disfarçados ou outras compensações para obter comissões ou garantir uma compensação. Eles devem impedir que seu envolvimento pessoal ou político influencie ou comprometa seu desempenho ou responsabilidade profissional.

De acordo com este Código e depois de tentar remediar uma situação dentro de sua organização, os engenheiros devem informar sua associação profissional ou outras instituições apropriadas sobre qualquer decisão ilegal ou antiética tomada por engenheiros ou outros. É preciso ter cuidado para não aceitar arranjos legais que comprometam essa obrigação.

Responsabilidade profissional e liderança

Os engenheiros têm a obrigação de exercer sua profissão com cuidado e diligência, de aceitar a responsabilidade e de responder por suas ações. Esse dever não se limita à concepção ou à sua supervisão e gestão, mas se aplica a todas as áreas profissionais. Inclui, por exemplo, o controle e gerenciamento da construção, a preparação de planos de execução, relatórios técnicos, estudos de viabilidade e impacto ambiental, trabalhos de desenvolvimento técnico, etc.

A assinatura e selagem de um documento técnico implica a aceitação da responsabilidade por este trabalho, independentemente do local de sua execução ou do beneficiário. Inclui, entre outros, indivíduos, empresas públicas e privadas e agências governamentais ou departamentos ministeriais. Não há exceções; assinar e selar documentos é apropriado, desde que os princípios de engenharia tenham sido aplicados.

Assumir a responsabilidade por uma atividade técnica envolve o próprio trabalho e, no caso de um engenheiro-chefe, a aceitação da responsabilidade pelo trabalho em equipe. O último implica um controle responsável quando o engenheiro está realmente em condições de revisar, modificar e direcionar todo o trabalho técnico. Esse conceito exige a colocação de limites razoáveis no campo de atividades e no número de engenheiros e outros, cujo trabalho pode ser supervisionado pelo engenheiro responsável. A prática ou o controle são “simbólicos” quando um engenheiro, por exemplo, com o título de engenheiro-chefe, assume total responsabilidade por todos os serviços técnicos de uma grande corporação, serviço público, agência governamental ou departamento ministerial, mas não tem conhecimento de grande parte das atividades técnicas ou decisões diárias tomadas dentro da organização. Isso significa que é a própria empresa que está assumindo a responsabilidade pelas falhas, independentemente de aplicar ou não supervisão técnica e controle.

Os engenheiros têm a obrigação de avisar seu empregador e, se necessário, seus clientes e até mesmo sua associação profissional, nesta ordem, quando a rejeição de uma decisão técnica possa implicar uma violação de seus deveres de proteger o público. Primeiro, discuta o problema com o supervisor ou empregador. Se o engenheiro não reagir adequadamente à preocupação do engenheiro, o cliente deve ser informado ou o funcionário de mais alto escalão deve ser alertado no caso de uma instituição ou agência governamental. Se você não resolver a situação, deverá relatar confidencialmente suas preocupações à sua associação profissional.

Na mesma ordem mencionada acima, o engenheiro deve informar o engenheiro sobre atividades antiéticas de engenharia realizadas por outros colegas ou por alguém que não seja engenheiro. Isso inclui, por exemplo, situações em que os gerentes seniores de uma empresa tomam decisões “políticas” que alteram de forma clara e substancial os aspectos técnicos do trabalho, a proteção do bem-estar geral ou do meio ambiente.

Com o rápido avanço da tecnologia no mundo atual e com o potencial impacto social em grandes massas da população, os engenheiros devem se esforçar mais do que nunca para promover a compreensão pública das questões técnicas e do papel da engenharia.

Conclusão

É preciso sempre lembrar que a guerra, a avareza, a miséria e a ignorância, além dos desastres naturais e da poluição e destruição de recursos causadas pela atividade humana, são as principais causas da deterioração da sociedade e do meio ambiente. Os engenheiros, como membros ativos da sociedade, profundamente envolvidos na promoção do desenvolvimento, devem usar seu talento, conhecimento e imaginação para ajudar a eliminar esses males e melhorar a qualidade de vida de toda a população.