Uma equipe de pesquisa desenvolve compostos ativados pela luz para tratar a dor neuropática

14 de julho de 2024

Caros colegas e amigos de @s @s

Um estimado colega, engenheiro biomédico, compartilha este interessante artigo publicado em 12 de julho de 2024 na seção de notícias de pesquisa do Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC) e traduzido por nós para este espaço. Vamos ver o que eles nos dizem sobre isso...

A luz pode ser usada para ativar drogas em partes específicas do corpo usando a fotofarmacologia. Essa abordagem inovadora envolve a modificação da estrutura química de um medicamento adicionando um interruptor molecular ativado por luz, como o azobenzeno. Isso permite que o medicamento seja ativado somente quando exposto a uma cor específica da luz, e não no escuro.

Com base nesses princípios, uma equipe de pesquisadores liderada por Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC) desenvolveu derivados fotoscomutáveis da carbamazepina, um fármaco antiepiléptico amplamente utilizado na medicina para combater certos tipos de dor neuropática, como a neuralgia trigeminal.

Esses compostos, que têm efeito analgésico quando ativados pela luz, são capazes de inibir os sinais nervosos localmente e sob demanda. Os derivados sintetizados pelos pesquisadores são ativados em comprimentos de onda correspondentes à cor âmbar, permitindo que eles passem por tecidos e ossos usando lâmpadas halógenas convencionais.

Luisa Camerin, pesquisadora do IBEC, primeira autora do estudo

Os dois compostos sintetizados, carbazopina-1 e carbadiazocina, mostram atividade fotofarmacológica, permitindo que a luz controle reversivelmente a atividade dos neurônios do hipocampo e a locomoção das larvas do peixe-zebra. Esses experimentos in vivo nos permitem observar comportamentos relacionados à ansiedade refletidos em movimentos repentinos de natação.

Pau Gorostiza, professor pesquisador do ICREA, pesquisador principal do IBEC e membro do CIBER-BBN.

A pesquisadora do IBEC Luisa Camerin, primeira autora do estudo, explica: “Quando iluminamos as larvas que absorveram esses compostos com um determinado comprimento de onda, a droga é ativada e as larvas se movem mais rápido. Se mudarmos o comprimento de onda, seu movimento diminui novamente, demonstrando o efeito reversível do composto no sistema nervoso.”

A carbadiazocina também demonstrou ter propriedades analgésicas.

“Em modelos de ratos desenvolvidos no laboratório de Esther Berrocoso na Universidade de Cádiz, observamos que a carbadiazocina tem efeito analgésico na dor neuropática sem sinais de anestesia, sedação ou toxicidade. Esses resultados demonstram um tratamento simples e convincente com iluminação não invasiva.”

explica Pau Gorostiza, professor pesquisador do ICREA, pesquisador principal do IBEC e membro do CIBER-BBN.

A dor neuropática é causada por lesões ou doenças do sistema somatossensorial, como radiculopatia lombar (“ciática”), neuropatia diabética e dor crônica pós-operatória. O tratamento desse tipo de dor geralmente requer opioides, que são analgésicos mais fortes do que os AINEs comuns, como o paracetamol e o ibuprofeno. No entanto, seu uso é controverso devido à sua eficácia inconsistente, à necessidade de altas doses que podem causar tolerância e dependência e aos efeitos colaterais sistêmicos, como constipação, náusea, tontura e sonolência.

Nesse contexto, as terapias à base de luz estão se tornando cada vez mais importantes na medicina devido à sua capacidade de atingir regiões específicas do corpo, aumentando a eficácia do tratamento e reduzindo os efeitos colaterais dos medicamentos sistêmicos.

A equipe já está trabalhando na próxima etapa desse projeto, que consistirá em ativar drogas usando luz infravermelha, que penetra mais profundamente no tecido, e usando fontes de luz portáteis, como lasers ou diodos emissores de luz (LEDs).

Saiba mais:

Artigo original
https://ibecbarcelona.eu/light-activated-drugs-against-neuropathic-pain/